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Thiago E: compositor em reabilitação labiríntica

A poesia é uma reinvenção do universo, é dilatar o sentido convencional e acrescentar novas cores. Imerso em tantas cores poéticas nasceu Thiago E. O teresinense é músico, poeta, compositor em reabilitação labiríntica, escritor e professor. Com discromatopsia, leva seus dias como driblador de gagueira e motorista com restrição Z. Formado em Letras/Português na Universidade Federal do Piauí, Thiago confessa ter gostado dessa experiência. Em 2013, lançou “Cabeça de sol em cima do trem” (livro e disco). Participou de várias antologias poéticas. Integrou a banda Validuaté, com a qual lançou os discos “Pelos pátios partidos em festa” (2007), “Alegria girar” (2009), o EP “Este lado para cima” (2013) e o DVD e CD ao vivo “Validuaté” (2015). Foi um dos editores da revista Acrobata – literatura audiovisual e outros desequilíbrios. Com o grupo Academia Onírica, produziu eventos de poesia e editou a Revista AO (2010 a 2012). Manteve a coluna Intacta Retina durante alguns anos no Jornal O Dia, publicando poemas e outras linguagens. Trabalha na Coordenação de Comunicação do Ministério Público do Estado do Piauí.

“Esse negócio de escrever poesia é uma doença que se tem e te deixa viciado. É um sintoma de alguma coisa que você tem que investigar.” Thiago E

Nome Completo: Thiago Pereira E Silva

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Descrição: Poeta e músico

Data de Nascimento: 14/03/1986

Local de Nascimento: Teresina

Perfil escrito pela Geleia Total
Escrito por:
 Alisson Carvalho
Revisado por: Noé Filho e Narley Pereira Cardoso

Infância na Centenário

Nascido e Crescido em Teresina, perambulando pelas avenidas Centenário e Santos Dumont, o poeta Thiago E foi apendendo a gostar das coisas simples, porém essenciais para a sua construção como pessoa. As primeiras lembranças de um momento significativo remetem à infância, aproximadamente aos sete anos de idade, quando o Thiago E passava as férias em São Paulo. Ele assistia à apresentação de um manipulador de marionetes que era transmitida em um programa de TV e nunca mais esqueceu o momento que viu um esqueleto sendo manipulado ao som da música “O Pulso” de Arnaldo Antunes. A contradição da música que só falava de doenças e que parecia ser algo bom, dançante e envolvente chamou a sua atenção do menino, pois era algo incomum, estranho. E aquela letra reverberou na sua mente durante um bom tempo, mas foi só posteriormente, no começo da adolescência, na década de noventa, época de destaque dos pagodes, que Thiago E sentiu a vontade de tocar instrumentos musicais. O despertar para o samba e o pagode, assim como pelo chorinho criou a curiosidade de querer também participar daquele meio. O jovem artista começou a tocar pandeiro, cavaquinho, se vestir a caráter, andar nas rodas de samba que tinham próximas à sua casa, na época em que todos os seus colegas se encontravam nas locadoras de videogames. E desse contato foi que veio a admiração pelo trabalho das bandas Raça Negra, Katinguelê, Exaltasamba, Negritude Junior, Kiloucura, Grupo Raça, Bezerra da Silva, Zeca Pagodinho. Partiu da música o interesse pelas artes e a música se tornou um dos seus principais espaços de interação com o mundo.

O circo azul

As pequenas ações podem parecer algo simples, contudo poderão alterar e definir caminhos na vida das pessoas, logo um livro lido poderá construir uma legião de leitores ou um grande escritor. Thiago E conta como uma pequena ação foi responsável pela sua imersão no mundo da literatura. Lá no ensino médio o professor, músico e compositor Alzimar Alvarenga não só incentivava a leitura como fazia da atividade um exercício frequente e obrigatório entre os alunos. O que começou com raiva passou a ser paixão, hábito e vício, Thiago começou a ler por prazer depois de um tempo. O primeiro livro que arrebatou o menino foi a obra “O reino de muito longe” escrita por Carlos Augusto Segato. Posteriormente, aos dezesseis anos, Thiago E inicia um novo ciclo na sua vida, conhece o teatro e entra para o grupo Circo Negro, dirigido por Chiquinho Pereira. O grupo de teatro era subdividido e Thiago pertencia ao Circo Azul, que era formado por atores iniciantes. Nesse período o artista apresentou algumas peças teatrais, dentre elas muitas voltadas para obras cobradas nos vestibulares, e dessa experiência ele aprendeu como ter uma consciência corporal maior, assim como a se posicionar no palco.

Os primeiros rabiscos

Cativado pelo samba, a primeira música escrita foi uma crítica feita ao transporte coletivo do bairro onde morava. Intitulada “Buenos Aires Aeroporto”, a letra, inspirada no nome do ônibus foi construída para ser um samba e já demonstrava certa ironia, além do lado humorístico presente na obra de Thiago E. Ele começou a enxergar a poesia com mais carinho por volta do ensino médio quando conheceu as poesias de Alvares de Azevedo, o impacto de conhecer um estilo de escrever diferente dos que ele já tinha visto antes fez com que o menino se interessasse pelo peso de autores como Augustos dos Anjos. Nesse período o professor Claudio Vasconcelos, vendo o interesse do aluno naquela literatura, entregou a cópia da obra de Augustos dos Anjos para o aluno, que passou a ler avidamente o presente. Dali, Thiago descobre também a poesia concreta, autores como Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Pedro Xisto e Ronaldo Azeredo começaram a fazer parte das suas leituras. Paralelamente o futuro poeta foi se envolvendo com a música e se desenvolvendo nas duas artes. Thiago E experimentou a escrita que foi incentivada pelos seus professores, como o professor A.J.. “Cara, Coroa, Interpretação, Vida, Porra é sempre palavrão?”, declama Thiago. O caderno de criações do menino começou a ganhar poemas que começaram com o sentido de denúncia e críticas sociais até chegar no estudo mais cuidadoso com as palavras.

“Eu penso a poesia como uma invenção de um universo diferente, um universo novo, um olhar diferenciado sobre algo que aparentemente está dado.”

Poesia e música

Thiago E era um estudante apaixonado pelos mistérios do universo, por isso experimentou o curso de técnico de eletrotécnica e música, mas se encontrou mesmo foi estudando Letras Português. A vivência acadêmica ligou o estudante aos integrantes da banda Validuaté. Foi na banda que o poeta começou a produzir mais poesias e a pensar na estrutura dos versos, nas letras para as músicas. Thiago E conta que foi um período de intensa produção poética. A banda, que estreou em 2004, começou a se popularizar um ano depois, após uma apresentação no Salão de Humor de Teresina. Com integrantes vindos de experiências musicais diferentes, a banda tinha na sua composição uma mistura e diversidade, tudo isso aliado ao regionalismo e senso de humor dos integrantes foi responsável pelas composições variadas, particulares e que conquistou rapidamente o público piauiense. “O meu objetivo era este, com as possibilidades que eu tinha, com os meus limites: fazer uma música que tivesse uma abordagem temática diferente. Que não fosse tão usual”, comenta Thiago E. A experiência com a música, com a banda, segundo o poeta, foi um momento de aprendizado, no qual teve a oportunidade de conhecer e viajar com os colegas.

Fruindo da poesia

Para o poeta Thiago E, a poesia consegue ampliar o que é pequeno e pincelar com outras cores, por isso, o olhar do poeta é sempre um olhar diferente. “Eu penso a poesia como uma invenção de um universo diferente, um universo novo, um olhar diferenciado sobre algo que aparentemente está dado”, conta Thiago E. Segundo o poeta, iniciativas como o Salão do Livro do Piauí – SALIPI  – são importantes antes para fortalecer a leitura. Thiago viu o Salão nascer e também foi impactado pela feira literária. Ele relata que no primeiro Salipi viu o livro “As coisas”, de Arnaldo Antunes, em um dos estandes de uma livraria e que leu a obra durante os dias do evento, pois não tinha como comprá-lo naquele período. Foi no salão do livro que Thiago conheceu autores, participou de encontros e criou vínculos com outros artistas. Posteriormente, o leitor passa a ser poeta, o menino que lia os livros escondido publica “Cabeça de sol em cima do trem” (2013). Ele se prepara para o lançamento do segundo livro, falando sobre a sua paixão por gatos. “Esse negócio de escrever poesia é uma doença que se tem e te deixa viciado. É um sintoma de alguma coisa que você tem que investigar.”

Poesia nunca morre

Thiago E é um poeta preocupado com a transmissão da ideia. Suas poesias buscam tocar em temas que aparentemente seriam corriqueiros, mas sempre com alguma característica particular, dita de forma não convencional. Com músicas que sacudiram e encantaram, principalmente o público piauiense, o poeta une a tradição com a atualidade e consegue sensibilizar públicos variados. Seus versos, ritmos e musicalidade são frutos da seriedade com que Thiago trata a palavra, pois ele confessa ser um interessado no estudo da língua portuguesa. A busca pelo ritmo pessoal levou Thiago E a se distanciar da música e investir mais na escrita. Segundo o poeta, isso era necessário para se entender melhor e aprimorar a sua escrita. Thiago E é uma referência na poesia de expressão piauiense, conquistou o público com as suas músicas e é inspiração para novos músicos e escritores.

Contatos

facebook.com/thiagoe.ah

youtube.com/channel/UCCXZ1iMV6mUTkLhuWZqb0xg

Fotos

Vídeos

Música Sem Título – parceria com a banda Guardia

Poema Muro – leitura de Micheliny Verunschk

Música O Escuro – Validuaté

Poema Gagueira – leitura de Arnaldo Antunes e Thiago E

Música Eu Só Quero Acabar Com Você – Validuaté

Poema O Escuro e o Silêncio – leitura de Antonio Cicero

Música A Lenda do Peixe Francês

Poema O Mar e o Pano

Música Plaina Maravalha

Poema Língua – leitura de Karina Buhr

Bibliografia

“Cabeça de sol em cima do trem” (2013)

Discografia

“Pelos pátios partidos em festa” (2007);

“Alegria girar” (2009);

“Este lado para cima” (2013);

“Cabeça de sol em cima do trem” (2013);

“Validuaté” (2015).

Outras fontes

http://www.mallarmargens.com/2013/01/6-poemas-de-thiago-e.html

http://www.literaturabr.com/2016/10/26/poesia-de-thiago-e/

https://cidadeverde.com/janelasemrotacao/79095/thiago-e-poemas

 

Última atualização: 13/08/2018

Caso queria sugerir alguma edição ou correção, envie e-mail para geleiatotal@gmail.com.

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