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Nossas redes
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Resenha da obra “Ressuscito na cidade suicida”, por Ítalo Damasceno

Comecei a ler RESSUSCITO NA CIDADE SUICIDA, do escritor Alex Sampaio e terminei quase numa sentada. Parei porque achei bom respirar um pouco.

Conheço Alex há anos já, mas confesso que até ler seu livro não tinha conhecido o tamanho e a força do seu talento ainda. Confesso que um livro sobre a propensão suicida da nossa capital parecia meio impalatável para meu gosto atual tão cansado dos dissabores pessoais e oficiais. Por sorte, terminei o livro não com a doença nas mãos, mas ao menos um remédio.

Já vi algumas coisas referentes à “neuroliteratura” (melhor explicação aqui https://www.youtube.com/watch?v=2AOKi2onsGM), que é esta linha moderna de romances que exploram uma doença ou condição psíquica ou neurológica numa história de ficção ou autoficção. No entanto, nunca tinha visto ela ser aplicada a um livro de poesia. Depressão, síndrome de Miller Fisher, borderline são exemplos destas que se encontram nestas páginas. Confesso que não é meu tipo de tema, mas Alex me fez buscar ouvir estas vozes de coração mais aberto. Típico efeito que a boa poesia é capaz de produzir com tranquilidade.

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Além de doenças, Teresina é o outro grande tema do livro (muitas vezes flertamos em colocá-la na lista das doenças também). Foi muito reconfortante perceber meus mesmos questionamentos sobre a cidade e seu povo na pena do poeta. Para onde esta cidade vai? Para onde vai o povo que mora aqui? Para onde vou/vamos?

Quando eu faço arte, uma das vozes que tento ouvir é a de Teresina, pois ela está dentro de mim. E é ela que eu acho que deixará a minha voz singular. Pois não se engane, por mais que os sintomas da doença “depressão” sejam os mesmos em qualquer parte do mundo, a neurastenia – este termo nem se usa mais – teresinense e que leva seus habitantes ao suicídio não é a mesma tristeza da juventude japonesa, uma das que mais se mata no mundo. Nem é a mesma frieza europeia ou a apatia que se sente em São Paulo. E Alex, por alcançar a quintessência da falta de entendimento de porquê estamos na situação que nos encontramos, pode ecoar das dúvidas e dores de qualquer outro lugar do mundo. Um assunto para além de remédios, terapias, vida em sociedade, mas que não exclui nenhum destes elementos.

Aliás, o objeto livro é um capítulo à parte aqui. Que belo trabalho é esta segunda edição, toda reformulada. A capa é a partir do quadro de um dos meus artistas piauienses favoritos, Jader Damasceno, a quem Alex dedica um dos textos. Mas é o trabalho de Ravenna Ítala e Adriano Lobão que deixou o livro ainda mais lindo. Uma edição colorida com as quatro partes se comunicando de forma tão bonita, tanto em temática quanto em apresentação visual. Aliás, o forte tom de amarelo da capa é o sinal claro de que se fala de Teresina. É também o amarelo do “Demônio do Meio Dia” e de “O congresso do medo”, do Drummond.

Se você for hoje numa das livrarias que vendem o RESSUSCITO NA CIDADE SUICIDA (Anchieta e Entrelivros), dá tempo de ler ele até segunda-feira (17/02) quando vai rolar o bate papo sobre o livro promovido pelo Geleia Total. E eu te garanto que você vai fechar a última página morrendo de vontade de conversar com o máximo de pessoas sobre ele e de mandar todo mundo lê-lo!

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